sexta-feira, 20 de março de 2009

Conclusão

Se Deus não se importasse comigo
Talvez deixasse o jeito tão meu
Deixava a sorte me levar
Ignorando a existência do perigo
Jesus veio para me salvar
Salvar o que se havia perdido
O concerto do Senhor é cura
É o que nos livra da mentira
Estágio da confusão
A mentira é a própria loucura
E solitariamente leva a solidão

Norman Martins

Leviano

Com você eu aprendo
A poesia não é tudo
Apenas outro pretexto
Sabe aquele pano de fundo?
A vida não pode ser substituída
Nem lhe ser escudo

O que são meras rimas
Senão uma paixão febril
Vivenciada num dia qualquer
Sem o qual mil não valeriam a pena

Trocaria as palavras que eu conheço
Por mais tempo com você
Ainda que em silêncio
Até que eu resista
Até que eu não possa me conter
Até que em mim não caiba
Até que a alma expurgue do ser
Tentando exprimir o inexprimível
Objetivar o que não é totalmente claro
Disser "eu te amo" não é, nunca foi e nunca será fácil
Certo que nada o é, exceto ao leviano .

Norman Martins

Amigo virtual

Agente se encontra numa rua que não existe
Transito em lugar nenhum e me recuso a parar
Evito sair de casa quando penso em passear
Escondido dizendo para todos: o dia, e a hora de estar
Envelheço ante a lente
Esmoreço de repente
Entre amigos que eu não conheço
Pessoas as quais eu nunca vi na vida
Esse é o mundo que eu conheci
Como tudo que é fácil, débil, fugaz
Mundo não, isso é coisa pior
Sem vida, sem desconcerto nem timidez
As mãos não se dão
Simultaneidade não quer dizer unidade
Seus olhos estão tristes eu sei muito bem
Você só esta ai, porque não tem mais ninguém
Onde estão os amigos perfeitos
Aqueles moldados na sua imperfeição
A besteira que você precisa ouvir pra continuar vivendo
Aquela faísca subliminar que piscava amor.

Norman Martins 29/01/2007

terça-feira, 17 de março de 2009

Paraísos e prisões

Eu não sei por que
Quis conhecer
O lado avesso de mim
Quis me machucar
As mãos soltar
Fechar meus olhos

As mágoas fazem isto
É difícil explicar
Labirintos vertiginosos
Indo à lugar algum

Os sentimentos tapeiam
Querem conhecer
Paraísos e prisões
Lajes e porões
A mente cheia de vazio

Mas existe mesmo
“ A tal luz no fim do túnel”
A pessoa certa na hora exata
A volta é mais difícil que a ida
Estou aprendendo a cuidar
Da minha vida.

Norman Martins

Além da vida

Alguns dias serão fiascos
E quando o dia um fisco for
Se acaso impossível transpor
Ao menos agüente a sua dor
Se a dor for tão forte
Que a vida escapar
Seu espírito o conduzirá
Se o espírito desobedecer
Destreinado pelo ostracismo
Apenas chore n’alma
Certo que alguém ou algo
Ouvirá o seu lamento.

Norman Martins

Novidade seria o oposto

É que você me faz tão bem
Que chega fazer mal (também)
É que eu sempre subo
Pela escadaria do querer e,
Antes que perceba
Ultrapasso limites antes colocados
Amar é feição natural
Em se tratando de ti
Novidade seria o oposto
(nunca a odiei por um instante)
Se um dia eu visse o seu rosto
A palpitação que é a marca
Ou mesmo o gosto que sinto e,
A culpa é toda minha
Eu inventei essa maneira
Agora ela não se importa
Não cabe em si e atordoa
Aturdida é minha estadia
Meu espírito alvoroçado
E já não convém mais tais
Sentimentos sem sentido
A marca do que é vivido fica
Mas não deve reinar soberana
No máximo do máximo
Algumas pedras num altar
Memorial pois
Quando o bem vira mal
Algo se perdeu.

Norman Martins 18/02/09

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ópera

A promessa se cumpriu
Feito uma oferta dada por Deus
Na queda substituiu
Que outro Deus age assim?
Uma composição, ópera
No tempo e no espaço
Alfa e Omega
Ser uma parte desse projeto,
Eu acho genial
Plano perfeito e com efeito eternal

E quando o Sol Brilha lá fora
E quando nos sentimos ótimos
Tudo é muito mais
Quimera dança mecânica de átomos
É bom pensar nessa força
Além dos séculos
A nos levar em suas asas por amor.

Norman Martins

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